Já
parou para pensar em quantas decisões você toma desde ao acordar até voltar a
dormir? E quantas delas são feitas de forma consciente? Segundo o estudo da consultoria
em gerenciamento de operações DuPont, cerca de 90% a 95% das ações são realizadas
de modo inconsciente, como o ato de escovar os dentes.
Na maior parte do tempo, executamos tarefas de forma subjetiva e no piloto automático. O que nos move a tomar muitas dessas escolhas são os chamados fatores humanos - experiências passadas, sentimentos e emoções e crença. É importante entender a influência deles nas nossas decisões para nos tornarmos ativos na saída da automatização.
O Titanic, por exemplo, é um case clássico de como ações pautadas pelos fatores humanos podem afetar a real percepção de risco e aumentar as chances do desastre. Sentimentos como a vaidade e a crença de que nada poderia afundar o navio influenciaram nas escolhas que geraram o trágico acidente com mais de 1.500 mortes. Outro exemplo é o acidente aéreo com a delegação da Chapecoense em 2016, influenciado por experiências passadas que afetaram a percepção de risco e aumentaram as chances do desastre.
Nos dois casos ninguém queria provocar um acidente. O comandante não queria afundar o Titanic e a empresa área muito menos derrubar o avião. Esperava-se um resultado positivo para cada decisão tomada. Entretanto, as escolhas não foram feitas de forma consciente e o controle das situações se perdeu.
Toda vez que um comportamento inseguro que não gera um resultado negativo, perde-se a visão do risco. Para evitar isso, é possível utilizar uma ferramenta mental simples e eficaz conhecida como 3 P´s: Pausar, Processar e Prosseguir. A pausa é para sair do piloto automático, assumir o controle da situação e fazer uma observação total. O processar é avaliar os riscos, colocando na balança de forma consciente riscos versus recompensas a longo prazo. Por fim, temos o prosseguir, que é optar pelo caminho de menor risco.
Liderança é exemplo
O trabalho dos bombeiros é um exemplo da aplicação dos 3 P´s como rotina. Esses profissionais precisam aplicar essa ferramenta antes de iniciar qualquer tarefa, pois a forma racional de agir e tomar as decisões necessárias é o que vai resultar em vidas salvas ou perdidas.
Parar,
processar e prosseguir é valorizar a responsabilidade que cada decisão possui
por menor e mais simples que pareça. Nossas atitudes precisam ter consistência porque
sempre iremos arcar com suas consequências, sejam elas boas ou ruins.